
Era paixão, uma paixão avassaladora.
Mas ninguém sabia que era paixão. Ninguém.
Nem eles sabiam.
Quando se encontravam, os olhares se perdiam.
Esperavam até que todos saíssem, e se beijavam eufóricos.. morrendo de saudades talvez.
Ela tinha sonhos.
Ele tinha desejos.
Ela ouvia Tiê, tocava flauta e gostava de romances.
Ele ouvia Nirvana, tocava violão e gostava de terrores.
Todas as vezes ela tentava arranhar as costas do garoto, esquecia que suas unhas eram pequenas e lixadas.
Ele por sua vez, tentava abrir seu sutiã e esquecia que ela era moça de familia.
Era com certeza uma paixão avassaladora.
Que não tinha dia certo para acontecer.
Era tudo incerto.
Era tudo tão certo.
Mas eles sabiam que quando se encontrassem algo iria acontecer.
Ela fazia com que ele se sentisse poderoso.
E ele fazia com que ela se sentisse uma garotinha.
E era assim, sempre assim.
É assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário